Saiba como se preparar para a prova de Capitão-Amador

Mestre-Amador ou Capitão-Amador? Muitos profissionais oriundos de atividades que não têm nenhuma relação com o mar e que pretendem prestar o concurso para prático de navios se perguntam qual dessas habilitações é preciso obter antes de se candidatar ao processo seletivo. Até o último concurso, a Marinha cobrava apenas a adesão à categoria de Mestre-Amador. Mas diante dos maiores níveis de especialização exigidos em outros países e da procura cada vez maior pela carreira de prático no Brasil, aventa-se a possibilidade de que, no próximo processo seletivo, já seja exigida a habilitação de Capitão-Amador. Na dúvida, quem está estudando para o concurso prefere seguir a máxima “o seguro morreu de velho”, e preparar-se para se tornar Capitão-Amador antes de sair o próximo edital. Afinal, como a Marinha só aplica esta prova duas vezes por ano, no momento em que o processo seletivo para prático for aberto o candidato poderá não ter tempo de se habilitar.

Este é o nível mais elevado entre as habilitações concedidas a amadores pela Marinha para a pilotagem de embarcações. Enquanto o Arrais-Amador só pode trafegar em áreas abrigadas e o Mestre-Amador só está apto para a navegação costeira, o Capitão-Amador tem permissão para pilotar embarcações em mar aberto, mundo afora, a qualquer distância do litoral. Para isso, ele precisa ter conhecimentos mais aprofundados do que os amadores das outras duas categorias e, portanto, tem de estudar mais para a prova.

Mestre ou Capitão, quando começar a se preparar?

Uma estratégia comum (e muito equivocada) observada entre candidatos consiste em primeiro tirar as habilitações de Mestre e Capitão Amador, para só então começar os estudos para Praticante de Prático. “Essa estratégia não faz o menor sentido”, observa Hercules Lima, Prático e fundador do Curso H. Em sua visão, os estudos para Prático devem iniciar no instante em que o sujeito toma a decisão de que quer se tornar Prático. Já as habilitações de Mestre e Capitão podem ser obtidas com tranquilidade durante a preparação para o processo seletivo. “Fazer o contrário seria uma inversão de prioridades, um desvio de foco com consequência importante no tempo necessário para se alcançar um patamar competitivo no concurso para Prático”, complementa Hercules.

Capitão-Amador: as vantagens da habilitação

Quem estuda para a prova de Capitão-Amador ganha a vantagem de entrar em contato, mais cedo do que os outros concorrentes, com assuntos que caem na prova para prático. “Muitos dos temas estudados para a prova de Capitão-Amador também são exigidos para quem quer uma vaga como prático. Ao fazer o curso preparatório para obter a habilitação, o candidato já vai se familiarizando com o universo que terá de conhecer para se tornar praticante de prático”, explica o Capitão de Mar-e-Guerra e hidrógrafo Jaime Roberto da Costa Felipe, que é autor do livro “Capitão-Amador – Navegação Segura em Cruzeiros de Alto Mar”, incluído na bibliografia indispensável para quem deseja obter a habilitação e admirado por amantes da navegação.

Capitão-Amador deve ter domínio de Meteorologia, equipamentos e sobrevivência

As provas para Capitão-Amador normalmente ocorrem duas vezes por ano, em abril e outubro. Elas são preparadas pelo Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (CIAGA), no Rio de Janeiro. Trata-se de uma avaliação teórica com quatro horas de duração, com perguntas – todas elas de múltipla escolha – sobre meteorologia, oceanografia, navegação astronômica, comunicações, sobrevivência em alto mar e estabilidade de embarcações, entre outros temas. O candidato também deve comprovar domínio sobre alguns equipamentos comuns em navios, como radares, GPS, AIS e ecobatímetro.

No site do Curso H, o candidato poderá encontrar a bibliografia recomendada para quem quer se tornar Capitão-Amador.