Lancha de Prático no mar

Zonas de Praticagem de Norte a Sul: um guia completo

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As Zonas de Praticagem, também conhecidas como “ZPs”, constituem as regiões portuárias e águas interiores onde ocorrem o trânsito e as manobras de atracação, desatracação e fundeio das embarcações com a assistência dos Práticos de Navios

Elas são delimitadas pela Diretoria de Portos e Costas (DPC), órgão da Marinha que regula o Serviço de Praticagem no Brasil, sendo frequentadas por diferentes tipos de navios que se diferenciam principalmente pelo tipo de carga que transportam e pelo seu porte. 

Neste artigo, exploramos as características físicas e econômicas de cada uma das Zonas de Praticagem do país, de norte a sul, destacando o papel das Praticagens locais.

ZP 01 – Fazendinha (AP) – Itacoatiara (AM)

Mapa da Zona de Praticagem 01
Créditos: Praticagem do Brasil (CONAPRA)

Características Físicas

A ZP-01 é a maior Zona de Praticagem do mundo e abrange desde a localidade de Fazendinha, no Amapá, até Itacoatiara, no Amazonas. Inclui acessos pelo canal sul e pela região dos estreitos a sudoeste da Ilha de Marajó. O Rio Amazonas, com suas correntes fortes, bancos de areia e profundidade variável, apresenta desafios únicos para a navegação. A presença de ilhas e a densa vegetação nas margens complicam ainda mais as movimentações na área.

Características Econômicas

Os rios da Bacia Amazônica viabilizam o escoamento de produtos da região Norte, como minérios e grãos. O transporte fluvial eficiente é de extrema importância para a exportação de commodities, beneficiando diretamente a economia local.

A Praticagem nesta zona também apoia as comunidades ribeirinhas, garantindo transporte seguro de mercadorias e pessoas e proporcionando inclusão social e melhoria da qualidade de vida. Afinal, as comunidades dependem fortemente dos rios para mobilidade e acesso a serviços de saúde e educação. Os Práticos de Navios desta ZP também são responsáveis por proteger o ecossistema único da Amazônia, primordial para a subsistência da população.

No vídeo abaixo, o Prático Roberto Ermel (ZP-01) explica como é o trabalho que desempenha por lá.

ZP 02 – Itacoatiara (AM) – Tabatinga (AM)

Características Físicas

Compreende desde Itacoatiara até Tabatinga, no Amazonas, cobrindo várias hidrovias, portos e terminais. As águas do Rio Amazonas e seus afluentes, como os rios Madeira, Negro e Purus, são caracterizadas por variações sazonais de nível, correntes rápidas e uma vasta rede de canais e igarapés.

Características Econômicas

A região é estratégica para o transporte fluvial de mercadorias, incluindo madeira, borracha e produtos agropecuários. A Praticagem garante operações seguras e eficientes, impactando diretamente na economia do local, uma vez que o transporte seguro de grandes volumes de mercadorias constitui sua principal atividade econômica.

Além disso, a atividade facilita a conexão entre comunidades remotas, promovendo inclusão social e acesso a serviços essenciais, uma vez que a vida nas comunidades ribeirinhas é profundamente ligada aos rios, que são as principais vias de transporte. 

ZP 03 – Belém, Complexo Portuário Vila de Conde e adjacências (PA)

Características Físicas

Inclui os acessos pelos canais do Quiriri (ou Marajó) e Espadarte, até os portos de Belém, Vila do Conde e fundeadouro do Capim. A navegação é complexa devido à presença de ilhas, correntes variáveis e marés significativas.

Características Econômicas

Esta zona tem como foco a exportação de produtos agrícolas e minerais. O Porto de Vila do Conde é um dos mais significativos da região Norte, movimentando grandes volumes de carga.

A Praticagem apoia o desenvolvimento econômico local, criando empregos e melhorando a infraestrutura. Os Práticos também ajudam a proteger as comunidades locais e o meio ambiente, especialmente as áreas de manguezais.

ZP 04 – Itaqui, Alumar e Ponta da Madeira (MA)

Mapa da Zona de Praticagem 04, no Maranhão
Créditos: Praticagem do Brasil (CONAPRA)

Características Físicas

A região possui um trecho de praticagem facultativa e outro de praticagem obrigatória, abrangendo o acesso ao canal varrido até os terminais. A região possui canais estreitos e áreas com enormes variações de maré, o que demanda um conhecimento muito especializado por parte dos Práticos para conduzirem as manobras com segurança.

Características Econômicas

Os portos de Itaqui, Alumar e Ponta da Madeira exportam, principalmente, soja, minério de ferro e alumínio. Esses portos são muito importantes para o escoamento de produtos das regiões Centro-Oeste e Norte.

A segurança nas operações portuárias também protege a rica biodiversidade da região costeira e estuarina, que é indispensável para as comunidades pesqueiras locais.

ZP 05 – Fortaleza e Pecém (CE)

Mapa da Zona de Praticagem 05
Créditos: Praticagem do Brasil (CONAPRA)

Características Físicas

A região de Fortaleza e Pecém apresenta uma combinação única de fatores físicos que afetam as operações portuárias. A costa de Fortaleza e Pecém experimenta variações significativas de marés, influenciando a profundidade dos canais de travessia. A amplitude das marés pode causar mudanças rápidas nas condições de navegabilidade, exigindo planejamento cuidadoso para garantir a proteção das embarcações.

Características Econômicas

Os portos de Fortaleza e Pecém são estratégicos para a exportação de frutas e produtos industriais. O Porto de Pecém, com seu terminal de múltiplos usos, é um hub logístico notável para o Nordeste.

Fortaleza e Pecém estão localizados em uma região com rica diversidade cultural e histórica. Fortaleza é um grande destino turístico, famoso por suas praias, vida noturna e eventos culturais. O Porto de Pecém, por sua vez, está situado em uma zona industrial que atrai investimentos nacionais e internacionais, impulsionando a economia local.

ZP 06 – Areia Branca (RN)

Características Físicas

A área é conhecida por suas extensas salinas, que impactam significativamente o ambiente costeiro. As águas ao redor de Areia Branca são rasas, dificultando a movimentação de embarcações de maior calado e exigindo profundo conhecimento das rotas e canais navegáveis para evitar acidentes. A região também possui bancos de areia móveis, que mudam de posição devido às correntes e marés, criando um ambiente dinâmico e desafiador para a pilotagem, demandando práticos experientes.

Características Econômicas

O porto de Areia Branca é um dos principais responsáveis pela exportação de sal. A região é uma das maiores produtoras de sal marinho do Brasil.

Areia Branca, situada no litoral do Rio Grande do Norte, é uma cidade com uma forte tradição pesqueira e salineira. A segurança proporcionada pela Praticagem no porto é imprescindível para garantir a continuidade dessas atividades.

A cidade é marcada por uma cultura rica e diversificada, influenciada por sua proximidade com o mar. Festas tradicionais, como a Festa dos Navegantes, são eventos importantes que refletem a ligação da comunidade com as atividades marítimas. 

ZP 07 – Natal (RN) 

Características Físicas

A costa é caracterizada por recifes e bancos de areia que exigem navegação cuidadosa. As águas ao redor de Natal são conhecidas por suas formações de corais e a presença de ondas significativas em determinadas épocas do ano, o que pode dificultar a travessia segura, requerendo a assistência de Práticos experientes.

Características Econômicas

O porto de Natal é crucial para a exportação de frutas e produtos industriais. Trata-se de um ponto de saída muito útil para produtos agrícolas da região.

Natal é conhecida como a “Cidade do Sol” devido ao seu clima ensolarado e suas belas praias, que atraem turistas de todo o mundo. Além do turismo, a pesca artesanal é uma importante fonte de renda para muitas famílias na região. A estabilidade no tráfego marítimo garante que os pescadores possam operar com tranquilidade, mesmo em áreas onde os recifes e bancos de areia poderiam representar um risco significativo.

A cultura local é rica e diversificada, com uma forte influência das tradições marítimas. Eventos como a Festa de Santos Reis e o Carnaval de Natal são exemplos de celebrações que refletem a identidade cultural da cidade.

ZP 08 – Cabedelo (PB)

Características Físicas

A área possui correntes e marés que podem complicar a navegação. A costa de Cabedelo é conhecida por suas águas relativamente rasas e a presença de bancos de areia que se movem com as marés, criando desafios adicionais para a pilotagem segura. A região também é afetada por ventos sazonais, que podem influenciar a formação de ondas e a direção das correntes.

Características Econômicas

O porto de Cabedelo exporta, principalmente, produtos agrícolas e industriais, sendo muito útil para a movimentação de combustível e produtos alimentícios na região.

Culturalmente, Cabedelo possui uma rica herança, com festividades que refletem a influência marítima e a história da região. Eventos locais, como a festa de São Pedro, celebram a cultura pesqueira e marítima, fortalecendo os laços comunitários e preservando as tradições.

ZP 09 – Recife e Suape (PE)

Zona de Praticagem 09, em Recife
Créditos: Praticagem do Brasil (CONAPRA)

Características Físicas

A região tem arrecifes e bancos de areia que exigem atenção. As águas próximas a Recife são conhecidas pela presença de recifes naturais que deram nome à cidade, enquanto Suape possui um complexo sistema de canais e áreas de águas profundas, projetados para acomodar grandes navios.

Características Econômicas

O porto de Suape é um dos mais modernos do Brasil, movimentando petróleo, derivados e contêineres. Suape é um hub logístico e industrial impactante para o Nordeste.

Recife, a capital de Pernambuco, é uma cidade histórica e culturalmente rica, conhecida por suas festividades, como o Carnaval, e pela sua arquitetura colonial.

Suape, situado ao sul de Recife, é um dos principais complexos industriais e portuários do Brasil, atraindo investimentos nacionais e internacionais. Socialmente, a presença do Porto de Suape e a salvaguarda nas operações portuárias têm contribuído para a urbanização e desenvolvimento de áreas adjacentes, promovendo o crescimento de novas comunidades e melhorando a qualidade de vida dos residentes. 

ZP 10 – Maceió e Terminal Químico (AL)

Características Físicas

A costa de Maceió é marcada por arrecifes de corais e águas cristalinas que requerem cuidado na navegação. A presença de bancos de areia e a variação das marés também influenciam as condições de navegabilidade. A região é conhecida por suas praias de águas azuis e coqueirais, criando um cenário deslumbrante, mas que exige conhecimento especializado para a condução marítima segura.

Características Econômicas

O porto de Maceió é vital para a exportação de produtos agrícolas e industriais, sendo estratégico para o comércio de açúcar e álcool. Maceió, capital de Alagoas, é um destino turístico popular com praias como Pajuçara, Ponta Verde e Jatiúca. O turismo náutico, incluindo passeios de jangada, depende da navegação segura para garantir experiências agradáveis. A cidade é culturalmente rica, com festividades como São João e Carnaval que atraem muitos visitantes. A estabilidade portuária é fundamental para a infraestrutura que suporta esses eventos, garantindo a chegada segura de turistas e bens.

ZP 12 – Salvador, portos e terminais da Baía de Todos os Santos (BA)

Zona de Praticagem 12, na Bahia
Créditos: Praticagem do Brasil (CONAPRA)

Características Físicas

A Baía de Todos os Santos é a maior baía do Brasil, com águas profundas e abrigadas, mas com diversas ilhas e recifes que exigem uma navegação cuidadosa. A baía possui um complexo sistema de canais naturais e áreas de ancoragem que proporcionam boas condições de abrigo para navios, mas também apresenta desafios devido à presença de correntes variáveis e bancos de areia. A paisagem é marcada por belas praias, manguezais e vegetação costeira.

Características Econômicas

O porto de Salvador é substancial para o comércio de grãos, petroquímicos e produtos industriais. Além disso, a região abriga importantes terminais industriais, como Aratu e São Roque, que são essenciais para o escoamento de produtos químicos e metalúrgicos.

Salvador, a capital da Bahia, é uma cidade histórica e culturalmente rica, conhecida por seu patrimônio arquitetônico e suas festividades tradicionais, como o Carnaval e a festa de Iemanjá. 

A região trata-se de um polo turístico, com praias famosas como Porto da Barra, Farol da Barra e Itapuã, além de ser a porta de entrada para a ilha de Itaparica e outras.

ZP 14 – Vitória, Tubarão, Praia Mole, Barra do Riacho e Ubu (ES)

Mapa da ZP 14
Créditos: Praticagem do Brasil (CONAPRA)

Características Físicas

A região portuária de Vitória, Tubarão, Praia Mole, Barra do Riacho e Ubu é marcada por uma costa diversificada e complexa. Vitória, a capital do Espírito Santo, possui um porto natural protegido por uma baía, com águas profundas e canais de acesso que permitem a travessia de grandes embarcações. A área é intercalada com ilhas e recifes que exigem navegação cuidadosa.

As condições meteorológicas na região incluem ventos alísios predominantes, que sopram do leste e sudeste, influenciando as correntes marítimas e as condições de manobras. As marés são regulares, mas com amplitude suficiente para afetar as operações de carga e descarga, exigindo planejamento e monitoramento constantes.

Características Econômicas

A região é um polo econômico significativo devido à presença de vários portos especializados. O Porto de Vitória movimenta uma ampla gama de produtos, incluindo grãos, combustíveis, produtos siderúrgicos e cargas gerais. A proximidade com áreas industriais e agrícolas torna o porto um ponto estratégico para exportações e importações.

O Porto de Tubarão é essencial para a exportação de minério de ferro, atendendo a demanda global por este recurso. Sua infraestrutura avançada permite a movimentação eficiente de grandes volumes de carga, contribuindo substancialmente para a economia estadual e nacional. Praia Mole, com sua capacidade para movimentar grãos e produtos siderúrgicos, complementa as operações de Tubarão, criando um hub logístico robusto. Barra do Riacho é um centro de exportação de celulose, beneficiando-se de instalações modernas e de uma logística integrada que facilita a distribuição global. Ubu, atendendo ao complexo industrial de ferro e aço, é necessário para a cadeia de produção e exportação desses produtos, apoiando a indústria siderúrgica do estado.

ZP 15 – Rio de Janeiro, Niterói, Sepetiba, Ilha Guaíba, Ilha Grande (TEBIG), Angra dos Reis e Forno (RJ)

Mapa da Zona de Praticagem 15, no Rio de Janeiro
Créditos: Praticagem do Brasil (CONAPRA)

Características Físicas

A região portuária do Rio de Janeiro, Niterói, Sepetiba, Ilha Guaíba, Ilha Grande (TEBIG), Angra dos Reis e Forno é caracterizada por uma topografia diversificada e fatores naturais que influenciam a movimentação náutica. A Baía de Guanabara, com águas profundas e protegidas, abriga os portos do Rio de Janeiro e Niterói, permitindo a entrada segura de grandes navios, apesar das ilhas, recifes e bancos de areia que exigem navegação cuidadosa.

O Porto de Sepetiba, ou Porto de Itaguaí, está ao sul, com acesso a águas profundas e protegido por um grande quebra-mar. É especializado em cargas pesadas e a granel, com instalações modernas para grandes embarcações. Ilha Guaíba e Ilha Grande (TEBIG) são estratégicas para a transferência de petróleo e derivados, com instalações seguras para produtos petroquímicos, caracterizadas por águas calmas e protegidas.

Características Econômicas

A região portuária do Rio de Janeiro é um dos principais centros econômicos do Brasil, com o Porto do Rio de Janeiro sendo essencial para a importação e exportação de uma ampla gama de produtos. Este porto conecta o mercado interno ao comércio internacional, facilitando o fluxo de mercadorias. A cidade é famosa por suas belezas naturais e eventos culturais, e o turismo é uma parte importante da economia, apoiada pela infraestrutura portuária que recebe turistas de cruzeiros.

Niterói complementa a oferta turística com suas praias e herança cultural, além de estaleiros e operações portuárias que geram empregos e desenvolvimento econômico. O Porto de Sepetiba e as ilhas industriais de Guaíba e Ilha Grande (TEBIG) também criam milhares de empregos, especialmente na indústria petroquímica. Angra dos Reis, conhecida por suas ilhas e águas cristalinas, é um destino turístico popular, onde o turismo náutico é uma importante fonte de renda. A região enfrenta o desafio de equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental.

ZP 16 – Santos, Baixada Santista, São Sebastião e Terminal Marítimo Almirante Barroso (TEBAR) (SP)

Mapa da ZP 16, em São Paulo
Créditos: Praticagem do Brasil (CONAPRA)

Características Físicas

A região portuária de Santos, Baixada Santista, São Sebastião e Terminal Marítimo Almirante Barroso (TEBAR) é caracterizada por uma combinação de fatores geográficos e climáticos que influenciam significativamente as operações portuárias. O Porto de Santos, o maior da América Latina, está localizado em uma região de águas profundas e protegidas por um complexo sistema de canais e berços de atracação que permitem a entrada segura de grandes embarcações. A costa ao redor de Santos é marcada por enseadas e ilhas que oferecem abrigo natural contra tempestades e fortes correntes marítimas.

Características Econômicas

A região de ZP 16 é um dos principais pólos econômicos do Brasil, com uma economia diversificada que abrange comércio, indústria, agricultura e serviços. O Porto de Santos é estratégico para a exportação e importação de diversos produtos, como grãos, café, açúcar, automóveis e manufaturados, graças à sua infraestrutura moderna que facilita a movimentação de grandes volumes de carga, aumentando a competitividade das exportações brasileiras.

A Baixada Santista abriga indústrias petroquímicas, siderúrgicas e alimentícias, que se beneficiam da proximidade do porto. O turismo também é importante, com praias populares que atraem visitantes nacionais e internacionais.

Os portos e terminais da ZP-16 impactam significativamente as comunidades locais, como Santos, conhecida por sua rica história e cultura, com patrimônio arquitetônico e museus. A economia portuária sustenta grande parte da população, oferecendo empregos diretos e indiretos em logística, transporte, comércio e serviços.

ZP 17 – Paranaguá e Antonina (PR)

Zona de Praticagem 17
Créditos: Praticagem do Brasil (CONAPRA)

Características Físicas

A região de Paranaguá e Antonina, localizada no estado do Paraná, possui uma geografia que favorece as atividades portuárias. O Porto de Paranaguá é um dos maiores do Brasil, situado em uma baía abrigada com águas profundas e protegidas, o que facilita a entrada e saída de grandes embarcações. A área é caracterizada por canais naturais que proporcionam acesso seguro e eficiente aos terminais portuários.

A costa ao redor de Paranaguá é marcada por uma série de ilhas, manguezais e áreas de preservação ambiental, que contribuem para a riqueza ecológica da região. Os manguezais desempenham um papel considerável na proteção da costa contra a erosão e na manutenção da biodiversidade marinha. As correntes marítimas e as marés na região são influenciadas pelo Oceano Atlântico, exigindo navegação cuidadosa, especialmente em áreas próximas aos bancos de areia e canais estreitos.

Características Econômicas

A região de Paranaguá e Antonina é um polo econômico estratégico para o Brasil, com uma economia fortemente influenciada pelas operações portuárias. O Porto de Paranaguá é fundamental para a exportação de produtos agrícolas, especialmente grãos como soja e milho, e também movimenta produtos industriais, contêineres e veículos, desempenhando um papel crucial no comércio exterior brasileiro. A infraestrutura moderna do porto, incluindo armazéns, silos e terminais especializados, facilita a movimentação eficiente de grandes volumes de carga e a distribuição de produtos internamente e para o exterior.

Antonina, embora menor, complementa as operações de Paranaguá, movimentando cargas menores e atendendo a nichos específicos do mercado, além de ter uma tradição em pesca e maricultura que contribui para a economia regional.

Socialmente, a região enfrenta desafios em equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental. A comunidade local participa de iniciativas de sustentabilidade e gestão ambiental para garantir que o crescimento econômico não comprometa a riqueza natural da região. Projetos de educação ambiental e preservação dos ecossistemas são essenciais para manter a biodiversidade e a qualidade de vida das futuras gerações.

ZP 18 – São Francisco do Sul (SC)

Características Físicas

A baía é caracterizada por águas profundas e calmas, facilitando a entrada e saída de embarcações de médio e grande porte. A costa ao redor da baía é marcada por manguezais e áreas de preservação ambiental, que são essenciais para a biodiversidade marinha e costeira.

As correntes marítimas na região são relativamente estáveis, mas a condução de navios pode ser influenciada pelas marés e ventos sazonais. A infraestrutura portuária é moderna e bem equipada, com terminais especializados para a movimentação de contêineres, grãos, produtos químicos e outras cargas. A proximidade com as principais rodovias e ferrovias facilita o transporte terrestre de mercadorias para o porto.

Características Econômicas

O Porto de São Francisco do Sul é um dos principais portos de Santa Catarina, estratégico para a exportação de produtos agrícolas, como soja e milho, além de produtos industriais, como papel, celulose e produtos químicos. Sua infraestrutura inclui armazéns, silos e terminais especializados, permitindo a movimentação eficiente de grandes volumes de carga.

A cidade também se beneficia da pesca e da maricultura, atividades tradicionais que contribuem para a economia local. A pesca artesanal é uma importante fonte de renda, e a maricultura, especialmente a criação de ostras e mexilhões, está em expansão, promovendo o desenvolvimento econômico sustentável.

São Francisco do Sul é rica em história e cultura, com uma população que valoriza tradições e festividades. O centro histórico bem preservado, com edifícios coloniais e museus, atrai turistas e fortalece a identidade cultural. Festas tradicionais, como a Festa do Divino Espírito Santo, refletem a herança cultural da cidade.

ZP 19 – Rio Grande (RS)

Zona de Praticagem 19
Créditos: Praticagem do Brasil (CONAPRA)

Características Físicas

A região de Rio Grande, no extremo sul do Rio Grande do Sul, possui uma geografia favorável às atividades portuárias, com o Porto de Rio Grande situado na Lagoa dos Patos, a maior lagoa do Brasil. Esta lagoa oferece um porto natural protegido com águas profundas e calmas, facilitado por um extenso quebra-mar que garante a travessia segura de grandes embarcações. As correntes marítimas são influenciadas por marés e ventos, especialmente intensos no inverno, e a área possui canais dragados que mantêm a profundidade necessária para a navegação comercial. A topografia plana facilita a construção e expansão das instalações portuárias. O clima temperado, com verões quentes e invernos frios, e a presença de nevoeiros sazonais que podem reduzir a visibilidade, influenciam as condições de tráfego marítimo ao longo do ano.

Características Econômicas

O Porto de Rio Grande é estratégico para a exportação e importação de diversos produtos, como grãos, produtos industriais, contêineres, veículos e produtos químicos. Com infraestrutura moderna, incluindo terminais especializados, armazéns e silos, o porto permite a movimentação eficiente de cargas, conectando as áreas produtoras do interior do Brasil aos mercados internacionais. Além de grãos, o porto exporta carnes, papel, celulose, produtos petroquímicos e carvão, facilitando o comércio com países do Mercosul devido à proximidade com a fronteira uruguaia.

A cidade de Rio Grande, uma das mais antigas do estado, possui uma rica herança histórica e cultural. O porto e as indústrias associadas proporcionam empregos diretos e indiretos, melhorando a qualidade de vida dos moradores. A economia portuária sustenta grande parte da população, oferecendo oportunidades em logística, transporte, comércio e serviços. Rio Grande tem uma infraestrutura urbana bem desenvolvida, com universidades, hospitais e centros de pesquisa. A Universidade Federal do Rio Grande (FURG) é um importante centro de ensino e pesquisa, contribuindo para a formação de profissionais qualificados e o desenvolvimento de tecnologias aplicadas às atividades portuárias e pesqueiras.

ZP 20 – Lagoa dos Patos, rios, portos e terminais interiores (RS)

Mapa da ZP 20
Créditos: Praticagem do Brasil (CONAPRA)

Características Físicas

A região de ZP 20 inclui a Lagoa dos Patos, a maior lagoa do Brasil, e vários rios e terminais interiores no Rio Grande do Sul. A Lagoa dos Patos, com cerca de 265 quilômetros de comprimento e até 60 quilômetros de largura, é uma vasta extensão de água doce, relativamente rasa, com profundidades médias entre 5 e 10 metros. Canais dragados permitem a condução de embarcações maiores.

Os principais rios que desembocam na lagoa são o Rio Jacuí, Rio Taquari, Rio Caí e Rio Guaíba, importantes vias navegáveis que conectam as áreas produtoras do interior aos terminais portuários e à lagoa. A navegação nesses rios pode ser influenciada por variações sazonais no nível da água, devido a chuvas e cheias. A região combina áreas urbanas, agrícolas e naturais, incluindo planícies aluviais, manguezais e vegetação nativa.

Características Econômicas

A Lagoa dos Patos e os rios associados desempenham um papel decisivo no transporte e no escoamento de produtos agrícolas e industriais da região. O Porto de Pelotas, localizado na margem sul da lagoa, é um ponto básico para a exportação de grãos, arroz e produtos industriais. Outros portos e terminais menores ao longo da lagoa e dos rios complementam essas operações, facilitando o transporte de mercadorias.

A região possui vastas plantações de arroz, soja e milho. A proximidade dos terminais portuários facilita o escoamento desses produtos para mercados internos e externos. A pecuária também é significativa, com a criação de gado bovino e suínos sendo comuns nas áreas rurais.

A educação e a pesquisa também são destaques na região, com instituições como a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e a Universidade Federal do Rio Grande (FURG) contribuindo para a formação de profissionais qualificados e para o desenvolvimento de tecnologias aplicadas às atividades portuárias e agrícolas.

ZP 21 – Itajaí e Navegantes (SC)

Características Físicas

A região de Itajaí e Navegantes, localizada no estado de Santa Catarina, é conhecida por suas condições favoráveis às atividades portuárias. O Rio Itajaí-Açu, que deságua no Oceano Atlântico, é a principal via fluvial que serve aos portos de Itajaí e Navegantes. A área é caracterizada por um estuário com águas profundas e correntes moderadas, facilitando a entrada e saída de embarcações de médio e grande porte.

A costa é marcada por praias e dunas, e o estuário é protegido por um sistema de molhes que ajudam a controlar a sedimentação e manter os canais de travessia desobstruídos. A infraestrutura portuária é moderna, com terminais especializados para a movimentação de contêineres, grãos, produtos químicos e cargas gerais. O clima na região é subtropical, com verões quentes e invernos amenos, e as chuvas são bem distribuídas ao longo do ano.

Características Econômicas

A região de Itajaí e Navegantes é um dos principais polos econômicos de Santa Catarina e do Brasil, com uma economia diversificada que inclui comércio, indústria, pesca e turismo. O Porto de Itajaí, um dos maiores portos de contêineres do país, é estratégico para a exportação e importação de diversos produtos. Sua infraestrutura moderna permite a movimentação eficiente de grandes volumes de carga, aumentando a competitividade das exportações brasileiras.

O Porto de Navegantes, na margem oposta do Rio Itajaí-Açu, complementa as operações de Itajaí com terminais especializados e instalações modernas. Juntos, movimentam uma ampla variedade de produtos, incluindo alimentos, maquinários, produtos têxteis e veículos.

Itajaí é rica em história e cultura, com uma população que valoriza tradições e festividades. O centro histórico preserva edifícios coloniais, e eventos como o Festival de Música de Itajaí atraem visitantes e fortalecem a identidade cultural. Navegantes também celebra suas tradições com festas populares e eventos religiosos, refletindo sua herança cultural.

ZP 22 – Imbituba (SC)

Mapa da ZP 22
Créditos: Praticagem do Brasil (CONAPRA)

Características Físicas

A região de Imbituba, no litoral sul de Santa Catarina, tem uma geografia favorável à navegação. O Porto de Imbituba está em uma baía natural protegida com águas profundas, permitindo a entrada e saída de grandes embarcações. A costa ao redor do porto é pitoresca, marcada por praias, falésias e dunas, com um quebra-mar que protege o porto das ondas e correntes marítimas, garantindo operações seguras.

O clima subtropical da região inclui verões quentes e invernos amenos, com chuvas bem distribuídas ao longo do ano. As condições meteorológicas geralmente favorecem as manobras, embora ventos fortes e tempestades possam ocorrer em certas épocas, exigindo monitoramento constante e planejamento cuidadoso das operações portuárias.

Características Econômicas

O Porto de Imbituba é um grande centro logístico e comercial no sul do Brasil, crucial para a exportação e importação de produtos. Sua infraestrutura moderna inclui terminais especializados para contêineres, grãos, carvão, sal e outras cargas a granel, permitindo a movimentação eficiente de grandes volumes de carga, o que impacta significativamente a economia regional e nacional.

A proximidade com áreas produtivas de Santa Catarina, como regiões agrícolas e industriais, facilita o escoamento de produtos como soja, milho, arroz, carne, papel e celulose. O porto também movimenta produtos industriais e manufaturados, sendo estratégico para a importação de insumos industriais e bens de consumo.

Imbituba é uma cidade rica em cultura e tradições, com uma população que valoriza suas festividades e eventos comunitários. Festas tradicionais, como a Festa do Pescador e a Festa de Nossa Senhora Imaculada Conceição, atraem moradores e visitantes, fortalecendo a identidade cultural da cidade.

Além disso, a região se beneficia economicamente da presença das baleias-francas, que migram para a área entre julho e novembro. A observação de baleias tornou-se uma atração turística, mas é algo que impacta no serviço de Praticagem local.

No vídeo abaixo, o Prático Raphael Inglez (ZP-22) conta como funciona a Praticagem na região.

Conclusão

A Praticagem no Brasil é uma atividade essencial que vai além da segurança na navegação. Ela é fundamental para o desenvolvimento econômico e social das regiões costeiras, conectando o Brasil ao mercado global e promovendo o crescimento sustentável das comunidades locais. A garantia proporcionada também protege os ecossistemas marinhos e fluviais, que são vitais para a biodiversidade e a subsistência das populações ribeirinhas e costeiras.

Ao escolher sua Zona de Praticagem, é preciso considerar fatores como a complexidade da manobra, a importância econômica da região e seu impacto social. É uma escolha única e muito pessoal. No vídeo abaixo, o Prático Hercules Lima, fundador do Curso H, apresenta dicas relevantes para a escolha da ZP.

ASSISTA À LIVE “ZPS DE NORTE A SUL”

Neste bate-papo, o Prático Hercules Lima (ZP-14) recebeu os Práticos Roberto Ermel (ZP-01) e Raphael Inglez (ZP-22), ambos ex-alunos do Curso H, para uma conversa pra lá de interessante. Você vai conhecer um pouco da jornada de preparação de cada um, suas histórias de vida e as peculiaridades Zonas de Praticagem onde trabalham. Clique abaixo para assistir.

Fontes:

https://www.marinha.mil.br/dpc/

https://www.marinha.mil.br/

https://www.gov.br/antaq/pt-br

http://portal.infraestrutura.gov.br/

https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_1164.pdf

http://www.observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal12/Geografiasocioeconomica/Geografiadeltransporte/17.pdf

https://www.scielo.br/j/rap/a/sJ58WbxPncB9H8dQhsgmtNS/?lang=pt

https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/24000/1/MONO%20%20ARNON%20-%20ECONOMIA%20PORTU%c3%81RIA%20FINAL.pdf

https://revistas.unila.edu.br/orbis/article/view/1571/1643

 

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