Prático de Navios Victor Demaison

Entrevista com Prático de Navios – Victor Demaison

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“Manobrar navios é um desafio único, pois cada manobra é diferente. Gosto de saber que passo segurança e confiança para os Comandantes das embarcações. É gratificante.”

Os Práticos são essenciais para garantir a segurança e eficiência das operações portuárias. Esses profissionais altamente qualificados são responsáveis por conduzir navios de todos os tipos e tamanhos nos portos e terminais brasileiros, utilizando seu profundo conhecimento sobre manobra de navios e peculiaridades locais.

Nesta entrevista exclusiva, conversamos com Victor Demaison, Prático da ZP-17, que cobre as áreas de Paranaguá e Antonina. Victor compartilha sua trajetória desde o início no mundo da vela, até se tornar um Prático, destacando os desafios e recompensas da profissão. Ele também fala sobre a importância da dedicação aos estudos e conta como se preparou para o concurso, além de relatar um incidente recente que colocou à prova sua perícia e experiência.

Acompanhe essa história inspiradora e descubra mais sobre a carreira de Prático e os desafios enfrentados durante a atividade.

 

ENTREVISTA COM VICTOR DEMAISON:

Entrevistador: Primeiro, conte-nos seu nome e a Zona de Praticagem (ZP) em que você trabalha.

Prático Victor: Meu nome é Victor Hector Demaison e trabalho na ZP-17, em Paranaguá e Antonina.

Entrevistador: Como você conheceu a Praticagem? Qual foi seu primeiro contato com a profissão de Prático?

Prático Victor: Venho do meio da vela. Meu avô e pai eram velejadores, e eu também. Conheci alguns Práticos nesse meio, o que despertou meu interesse pela profissão, pois é uma atividade que envolve manobras, algo que sempre gostei. Embora inicialmente parecesse difícil, vi que era possível seguir essa carreira.

Entrevistador: Então foi uma decisão natural para você?

Prático Victor: Sim, sempre estive no meio náutico e gostava de competir. Quando precisei decidir sobre minha carreira, percebi que não queria um trabalho de escritório. Fiz administração e trabalhei no mercado financeiro, mas percebi que ficar preso em uma sala não era para mim. Comecei a estudar sobre a Praticagem, conversando com amigos que já estavam no ramo. Foi assim que decidi que queria algo que me trouxesse felicidade e se alinhasse com minha paixão pela náutica.

Entrevistador: Como foi sua preparação?

Prático Victor: Um amigo meu estudou para o concurso de 2008 e passou. Outro amigo estudou para o concurso de 2011. Comecei a estudar quatro meses antes deste concurso, mas sabia que não tinha tempo suficiente. Mesmo assim, usei o material para me preparar para o próximo. Fiz a prova de 2011 para entender o processo e percebi que, com esforço, poderia alcançar meu objetivo. O estudo foi uma experiência positiva, apesar da ansiedade. Envolvia muitas horas de estudo diário e foi importante me cercar de pessoas que também estavam se preparando para me ajudar a manter a motivação.

Entrevistador: Alguma parte do estudo foi desafiadora para você?

Prático Victor: Meu inglês era básico, então usei o Google Tradutor para entender o material. Foi difícil no início, mas a dedicação e a ajuda de amigos que já tinham passado pelo processo foram imprescindíveis. Estudar para um concurso é como treinar para um triatlo: é preciso empenho e paciência. No começo, parece que você não está avançando, mas com o tempo, tudo começa a fluir. É fundamental ter disciplina e constância no estudo.

Entrevistador: Como o Curso H contribuiu para sua preparação?

Prático Victor: Foi essencial. Estudava diariamente durante o horário comercial e, aos sábados, participava das aulas do Curso H, onde tirava dúvidas e reforçava o aprendizado. A imersão no curso e o contato com outros estudantes foram muito importantes para minha preparação. O Curso H ajudou tanto a fixar o conteúdo quanto a esclarecer dúvidas específicas. Além disso, estar cercado de outras pessoas que compartilhavam do mesmo objetivo ajudava a manter a determinação.

Entrevistador: Vamos falar sobre o incidente de 21 de março em Paranaguá. O que aconteceu?

Prático Victor: Um ciclone extratropical causou rajadas de vento que romperam os cabos de um navio no terminal de contêineres, localizado em uma área desprotegida. Fiquei de stand by e coordenei a operação para evitar que o navio fosse jogado contra as pedras. Situações assim exigem conhecimento profundo do porto e rápida tomada de decisão. No caso de Paranaguá, o terminal de contêineres fica em uma área exposta, e quando a frente fria com ciclones chega, o vento pode causar grandes problemas. Eu já estava preparado e coordenei os rebocadores para evitar maiores danos. É de extrema importância que o Prático conheça bem o porto e esteja pronto para agir rapidamente em situações de emergência.

Entrevistador: Se pudesse dar uma dica para quem quer se tornar Prático, qual seria?

Prático Victor: Ter persistência é algo primordial. Leia e releia o material, resolva muitas questões e crie suas próprias. A repetição e a prática são essenciais. Estar bem preparado é a chave para ter sucesso no concurso. Ler repetidamente ajuda a fixar o conteúdo, e fazer questões permite testar seus conhecimentos. É importante não se enganar, saber que está realmente preparado. Quando você faz simulados e acerta 95% das questões, está pronto. Não adianta se enganar achando que está bem acertando apenas 80%.

Entrevistador: Para finalizar, o que você mais gosta na profissão de Prático?

Prático Victor: Sempre gostei do mar e de velejar. Manobrar navios é um desafio único, pois cada manobra é diferente. Gosto de saber que passo segurança e confiança para os Comandantes das embarcações. É gratificante quando, ao final da manobra, o Comandante elogia e agradece. A profissão de Prático permite que eu faça algo que amo e ainda ajuda a garantir a segurança nas operações portuárias.

Entrevistador: Muito obrigada pelas respostas, Prático Victor. Tenho certeza de que nossos alunos vão adorar esta entrevista.

Prático Victor: Falar sobre o que gostamos é sempre legal.

 

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